Plantas que você tem em casa: como usá-las em preparos herbais?

Que tal conhecermos melhor as plantas que estão em nosso quintal? E aprendermos a utilizá-las para cuidar melhor da nossa saúde física e emocional?

Nem sempre é preciso ter uma grande diversidade de ervas ou materiais rebuscados para se obter resultados satisfatórios usando as plantas para o nosso bem estar. A natureza é simples, e simples devem ser também os preparos herbais. Para que toda e qualquer pessoa possa se beneficiar deles.

Vou lhe apresentar três ervas, que você possivelmente já conhece e até tem em sua casa!

São elas: Alecrim, Sálvia e Hortelã.

Antes de falar sobre os preparos herbais que são possíveis com essas plantas que você tem em casa, vou detalhar algumas informações importantes sobre cada uma:

É um arbusto do litoral mediterrânico que cresce em terrenos secos e pobres, principalmente calcários. Suas partes usadas são partes aéreas floridas e folhas. Vem sendo usado desde a antiguidade para melhorar e fortalecer a memória. Na Grécia, até hoje, é queimado na casa dos estudantes em vésperas de exames.

Uso energético e ritualístico: Usado em Banhos, Fumos Sagrados e Defumações. “É uma erva equilibradora e tranquilizadora, associada a nossa criança interior, ilumina o espírito, rejuvenesce, alegra e clareia.” (Adriano Camargo)

Uso medicinal: Contraindicado para hipertensos, epiléticos e gestantes.

Indicada no tratamento de circulação geral, pelo efeito anti-inflamatório e protetor sobre a parede dos vasos sanguíneos, ou seja, os constituintes do alecrim estimulam uma circulação saudável. É também indicado no tratamento de circulação deficiente, pois eleva a pressão arterial. Por ser uma planta estimulante, ajuda em tratamentos de depressão leve e moderada.

Pode ser usado também nos cabelos, para fortalecer o bulbo capilar, evitando queda dos fios e fazendo-os crescer com mais força e vitalidade (jogar chá nos cabelos, após lavagem, não enxaguar).

De vasto uso medicinal e também sagrado, seu nome vem de salvare, que em latim significa “salvar”. Um ditado medieval diz “Por que um homem há de morrer se a sálvia cresce em seu jardim?”. É antisseptica, adstringente, expectorante, tonifica os nervos e é estrogênica.

Já no uso ritualístico e sagrado, essa planta consagrada carrega vibração de “ancestralidade”, remetendo-nos a um clima de sabedoria anciã.

Uso energético e ritualístico: Muito usada em banhos, fumos e defumações. “Proporciona excelente purificação e iluminação para o ambiente e pessoas presentes. É Erva de sabedoria , que propicia limpeza leve e elevadora da vibração espiritual.” (Adriano Camargo)

Uso medicinal: Usamos as folhas. Por ser expectorante e adstringente, é muito indicada em tratamento de dores de garganta ou infecção aguda de garganta, também em gripes e resfriados, se tiver presença de muco. Ajuda em tratamentos de menopausa, por regular a atividade hormonal feminina, “estudos apontam que seu uso contínuo, por cerca de 8 semanas, reduziu em média 64% as ondas de calor de um grupo de mulheres .” (Andrew Chevallier)

A sálvia também melhora o fluxo sanguíneo na menstruação, regulando períodos menstruais irregulares ou escassos. Acredita-se que ela reduza ou previna a sudorese e também ajude a reduzir a produção de leite materno, sendo bastante usada pelas mães durante o período de desmame.

Hortelã é o nome genérico dado às plantas do gênero Mentha.

A hortelã, ou mentas em geral, são resultado de inúmeros cruzamentos espontâneos e também feitos pelo homem. Existem cerca de vinte espécies do gênero Mentha, mas as mais conhecidas no Brasil são a Mentha piperita, também chamada de hortelã-pimenta ou hortelã-comum, a Mentha arvensis e a Mentha spicata, conhecida como hortelã-das-hortas.

Uso energético e ritualístico: Usada em Banhos. “Estimulante muito poderoso para todos os sentidos da vida. Pode entrar em todos os preparos equilibradores que buscam abrir caminhos, levantar o astral, atrair boa sorte, etc.” (Adriano Camargo)

Uso medicinal: Usamos as folhas. Indicada como digestivo e calmante, aumenta o fluxo dos sucos gástricos e da bile e relaxa os músculos do intestino. Ela reduz náusea, cólica, dores e gases e acalma o intestino irritado. Indicada também para tratamento de mau hálito.

CHÁS

Para as plantas acima citadas, as melhores formas de preparo de chá são: infusão ou infusão fria (sem aquecer a água).

Os chás devem ser consumidos imediatamente após feitos ou, no máximo após 12 horas de prontos, para evitar oxidação. Caso prefira, pode colocar na geladeira para refrescar.

Ideal não adoçar.

Modo de preparo da infusão:

– Usar as ervas separadamente, ou, caso queira, fazer um blend misturando as 3 plantas: alecrim, salvia e hortelã.

– Será 1 colher de chá de planta seca OU 2 colheres de chá de planta fresca para 1 xícara de chá de água (se for usar mais de uma erva junto, considerar 1 colher de chá da mistura já feita). Tome 3-4 xícaras/dia.

– Coloque as plantas em um refratário (preferencialmente não metálico e com tampa). Aqueça a água até atingir ponto de fervura. Apague o fogo. Verta a água aos poucos sobre as ervas. Tampe e deixe em infusão por 10 minutos. Coe e beba em até 12 horas.

“A água é concentradora do elemento vegetal. A energia aquática carrega a força vegetal, fazendo com que ela seja absorvida mais facilmente pelo nosso espírito. ” (Adriano Camargo)

Os banhos de ervas serão preparados da mesma forma que os chás acima, exceto que não precisaremos de quantidades específicas das plantas, pode ser “um punhado” de erva para cada xícara de água. Usamos tanto ervas secas como ervas frescas.

O banho pode ser preparado frio ou quente e você pode coar as plantas antes de usá-lo.

O ideal é sempre ativarmos o preparo, para canalizar nossa intenção e abrir nosso campo vibracional, autorizando e permitindo que a energia das ervas possam atuar sobre nossas emoções, vibrações e corpo físico, promovendo as curas necessárias e o reequilíbrio devido.

Essa ativação pode ser feita por meio de mantras, mentalizações ou da própria fala. É sempre bom ter em mente com bastante clareza o que você quer proporcionar a si mesmo ao fazer o uso do Banho, e assim, poder ativar o preparo de acordo com sua intenção e com as propriedades energéticas específicas da planta.

Ex: um banho de salvia e alecrim: “Que as Ervas aqui usadas possam atuar em meus corpos físico, mental e espiritual harmonizando, reequilibrando, pacificando…Que o alecrim ilumine meus caminhos, trazendo a alegria da minha criança interior e me ajudando a passar por esse momento de dificuldade com mais leveza; que a sabedoria da salvia, me ajude a acessar a minha própria sabedoria anciã, para que eu lide com as adversidades de forma mais centrada, madura e serena. “

Esse é apenas um exemplo, lembre-se: com amor e bom senso, você pode tudo! Use as ervas com sabedoria e elas irão lhe mostrar sempre os melhores caminhos.

Outros preparos herbais e extratos também podem ser feitos com o Alecrim, a Salvia e a Hortelã, como Óleos de Massagem, Cremes, Pomadas, etc.

Alguns livros podem te ajudar a aprofundar no tema:

Rituais com Ervas: Banhos, Defumações e Benzimentos
Autor Adriano Camargo. Editora Livre Expressão

Plantas e Produtos Vegetais em Cosmética e Dermatologia
Autor (ES): A. Proença da Cunha, Alda Pereira da Silva, Odete Rodrigues Roque, Eunice Cunha

Com carinho,
Carla Guandalini